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sábado, 13 de junho de 2009

Top 5: O underground do pop

Riffs empolgantes, refrões grudentos e altas doses de baladinhas. Parece ser essa a fórmula do sucesso adotada por grandes popstars, que emplacaram no cenário mainstream da música. Porém, nem todos conseguiram o tão sonhado sucesso comercial seguindo essa fórmula. Muitos sobrevivem de seu público selecto ou, até mesmo, chegaram a abandonar de vez a música.

Baseado nisso, elaborei uma lista de cinco álbuns os quais, se não foram injustiçados, ao menos deixaram de ser reconhecidos da forma que mereciam.

5. Jay Vaquer - Você não me conhece

Jay Vaquer é um dos poucos artistas do cenário pop/rock nacional atualmente que apresenta alguma relevância artística em suas obras. É o caso de 'Você não me conhece', que possui letras com alto teor crítico como 'Cotidiano de um casal feliz', que cita pedofilia, traição, e questiona os valores que são definidos como normalidade por nossa sociedade. Apesar de letras fortes, o álbum parece buscar apelo comercial em sua produção; as guitarras aparecem bem tímidas, sem o peso que algumas músicas parecem pedir. Enfim, de qualquer forma, o cd é um oasis no meio do deserto de criatividade no rock nacional.

4. Maria Mena - White Turns Blue

Maria Mena é uma cantora norueguesa bastante jovem, apenas 23 anos; mas nem por isso é inexperiente, já possuindo 5 álbuns no currículo. Neste play, ela demonstra grande sensibilidade artística, ao mesmo tempo que demonstra intimidade com melodias pop. Faixas como 'You're the Only One' e 'Just A Little Bit' possuem grande potêncial radiofônico. Curiosamente, não foram suficientemente exploradas no cenário internacional, sendo assim a cantora pouco conhecida no Brasil.

3. Mark Free - Long Way From Love

Mark Free foi vocalista do 'King Kobra', grupo glam dos anos 80 que, diga-se de passagem também não emplacou. Pura falta de sorte. Os vocais de Mark Free são poderosíssimos e cheios de sentimento. A produção da cd segue à risca a linha pop dos anos 80, repleto de sintetizadores. Vale ressaltar: este foi o único álbum solo do vocalista; pelo menos enquanto homem. Há pouco mais de 10 anos ele mudou de sexo, e hoje se chama Marcie Free.


2. Richie Kotzen - Change

Richie Kotzen é um absurdo. Canta demais e, como se não bastasse, toca demais. Ainda mais: gravou todos os instrumentos do álbum. Kotzen é bastante reconhecido por guitarristas, por ter gravado com Greg Howe e tocado com o Poison, na turnê do Native Tongue. Neste cd, o título Change - em português, mudança - já indica o que estaria por vir. O até então conhecido guitarrista, passa a cantar sobre belas melodias de pop/rock. Para os amantes de bandas como o Audioslave, está aí um prato cheio.

1. Michael Kiske - Kiske

Michael Kiske é talvez o mais famoso vocalista de Power Metal (Metal Melódico), justamente por ter cantado na banda fundadora do estilo, o Helloween. Mas, o que poucos conhecem, é que a carreira solo do vocalista segue uma direção completamente diferente. Neste cd, autointitulado, as guitarras são poupadas em detrimento de harmonias levadas no violão e belas passagens de violino, como em 'The King Of It All'. Para quem gosta de pancada, lembro que o cd segue a direção oposta; despertando sentimentos de serenidade e paz interior. O alemão, neste álbum, parece ter encontrado definitivamente sua direção musical. Um dos cds mais originais dos últimos tempos.

PS. Post originalmente publicado em 30/03, para o Grupo JOR de comunicação.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Créu pra vocês

Eu não sou daqueles que se acham no direito de críticar - com argumentos vazios, só para bancar de espertão - as 'produções artísticas enlatadas' e, muito menos, quem se diverte com elas. Antes de qualquer coisa, acredito que música, cinema, televisão e literatura devem estar, também, à serviço do entretenimento barato. Sim, falo do entretenimento em sua forma mais banal mesmo. Reunir os amigos para assistir um filme pastelão e jogar pipoca na fileira da frente é muito bom. Às vezes, o que mais queremos é apenas aliviar o stress da caótica metrópole. Até o cérebro precisa de descanso.

Mas, como dizia o poeta, tudo o que é em excesso faz mal. E, neste caso, tem gente esquencendo seus cérebros. Coitados. Se fosse possível tirar o cérebro da cabeça, aposto que teriam muitos jogados ao lado de discos de jazz e livros de filosofia, em algum desses pontos que ninguém visita por aí. 'Créu' deixou de ser entretenimento, virou modelo cultural. Para alguns ainda é estilo de vida. E não há como escapar disso: se você não sai dando 'créu' em todo mundo, a vida vem e dá um 'créu' em você. You're in the jungle, baby!

Hoje os maiores fabricantes de artistas são os cirurgiões plásticos. A protagonista é a bunda. E a arte que ela vem produzindo para o mundo é proporcional àquela que ela produz no banheiro. Pensando bem, é genial: é a representação fiel de tudo que mais vem acontecendo por aí.

O fato é que a cultura tem fins muito nobres; nos instiga a pensar, a fugir da alienação imposta pelas longas jornadas de trabalho e da mídia manipulada à gosto de quem está lá em cima. A música no Brasil, por exemplo, foi a porta-voz de diversos movimentos populares. Muitos foram exilados, teve gente que morreu. Mas graças à estes, que impulsionaram o bravo povo, devemos nossa liberdade. Sim, eu devo à eles o ato de escrever aqui hoje.

Enfim, os frutos da alienação cultural não tardam à aparecer: caos nos serviços públicos, assistidos de camarote, por quem mal sabe o que está acontecendo; como se estivessem assistindo à uma partida de rugby, achando tudo chato, mas sem saber porque o jogo para toda hora. O brasileiro está cansado. Mas está tão cansado que mal tem disposição pra se informar do que acontece lá fora. Está descrente de si. Mas, no fundo, ele sabe que a luta é interminável e que o melhor negócio é 'esquecer os problemas' - como tanto prega uma cantora por aí. Mas toda a poeira ainda está lá, debaixo do tapete, conquistando seu espaço; o seu, o meu e o de todos nós.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Michael Kiske - Kiske (2006)

Partindo do nome, passando pela capa, e chegando ao tracklist, é possível ter uma definição exata do que é o álbum, mesmo sem sequer tirá-lo da caixinha. O eterno ex-vocalista do Helloween consegue transformar em música tudo o que vem declarando há anos na imprensa musical; desde o desprezo à atual indústria fonográfica - que, segundo Kiske, dogmatiza a arte, censurando assim a liberdade do artista - e até mesmo seu lado espiritual, onde ele abre sua fé, focada no Cristianismo, e em tudo aquilo que acredita ser o significado moral da vida.

Ao colocar o cd pra tocar, percebe-se, no som, a mesma serenidade sentida na capa e no trabalho gráfico do álbum em geral - belíssimo por sinal. Apesar do alemão estar afastado da cena metal há mais de 15 anos, este é o primeiro trabalho dele, desde então, onde foram abolidas as guitarras pesadas; estas, que dão lugar às guitarras suaves de Sandro Giampietro. Suaves, sim. Porém, não menos marcantes.

A voz do lendário vocalista - que, na época da gravação, já beirava os 40 anos - está em plena forma, passando a impressão de que amadureceu bastante em relação à voz de moleque prodígio que tinha no começo de carreira. Kiske canta de forma mais amena que o de costume, assim como manda o figurino, mas não menos impecável. Aqui não há demonstrações desnecessárias de potência vocal, porém nem por isso ela deixa de existir: vocalistas irão se deliciar em faixas como 'The King Of It All' e 'All-Solutions'.

No final, temos a impressão de que Michael Kiske, apesar de sua irregular carreira, seja talvez um dos músicos que mais preza pela música como arte, não somente como produto mercadológico. Ele parece rejeitar o título de ídolo dos vocalistas de metal e porta-se como alguém em constante busca por sua verdade, como todos nós, usando de sua música como ferramenta. Ouvir 'Kiske' é mais do que ouvir música. É um processo de auto-conhecimento.

Michael Kiske – Kiske
(2006 - Frontiers Records / Hellion Records - nacional)

01. Fed By Stones
02. All-Solutions
03. Knew I Would
04. Kings-Fall
05. Hearts Are Free
06. The King Of It All
07. Sing My Song
08. Silently Craving
09. Truly
10. Painted
11. Sad As The World