sábado, 14 de fevereiro de 2009

Quem é o inimigo então?

Em sua história, o mundo sempre foi marcado por guerras e regimes totalitários. Já tivemos Lênin, Hitler, Fidel e muitos outros. Ainda há resquícios desta, já quase morta tendência, representada atualmente por caras como Hugo Chávez. O mundo agora é diferente. Os grandes líderes perceberam que esses regimes não conseguem se sustentar de forma a prosperar. Assume-se então uma postura democrática, onde, em tese, o povo é então responsável pela escolha dos seus líderes e legisladores. Surgem então o direito às greves e protestos. É a liberdade de expressão. O processo de impeachment, então, passa a ser previsto em texto constitucional.

Há quem diga que a democracia é a pior forma de governo excetuando-se todas as outras. Nem sei se as outras são melhores, mas a democracia com certeza é uma grande presepada. Afinal, é historicamente burro confiar decisões importantes nas mãos da maioria. Foi a maioria que mandou crucificarem Jesus Cristo, assim como, nas primeiras eleições diretas, em 1988, elegeu Fernando Collor, que, aliás, continua sendo eleito até hoje para outros cargos. Um viva à decisão popular.

Ao invés de guerras declaradas e teorias de ódio puro, temos agora inimigos invisíveis. O mundo foi tomado pelo terrorismo. É a maior prova da fragilidade do que se convenciona a chamar de poder. Não é possível se preparar, quando não se sabe de onde que vem o tiro. De nada adianta mais tanta ostentação. Nossos castelos são todos de areia.

Por mais que digam o contrário, acredito que o mundo está cada vez mais humanizado. Continuamos sendo oprimidos diariamente ao bombardeio de sensacionalismo e opiniões tendênciosas, jogadas pela mídia em nossos televisores e jornais. Mas nem de longe é comparável com a opressão declarada de tempos atrás. Hoje somos mais livres, e, por mais que possa ser contraditório, o homem assume sua natureza negando-se, talvez por inconformidade com o existencialismo. Fumamos demais, bebemos demais. Assumimos conscientemente o desejo de ficar inconscientes.

Isso me faz pensar que, em tempos de ditadura, que pareciam tão cruéis, na verdade tudo era mais fácil. Pelo menos os papéis estavam mais claros. Sabiamos quem era o inimigo, tinhamos aonde depositar nossas culpas. Hoje não sabemos. Não existe mais bem e mal. O bem e o mal são diferentes faces de uma mesma moeda. Continuamos tomando na cabeça todo dia, pelo inimigo mais covarde que já se teve notícia. Não por sua força, mas porque dele não se sabe nem o nome.

17 comentários:

  1. Bacana vc expressar suas opinioes assim de forma tao clara, ainda que elas sejam diferentes.
    T.

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  2. verdade..hj kem vc pensa qe é seu amigo é seu inimigo..

    cada vez fikando mais dificil confiar em alguem!

    :S

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  3. Contráditório mas com sentido. Por um lado na época da ditadura existia a opressão mas existia o "que" ou "quem" enfrentar ou culpar. Hoje nosso inimigo é invisível e não temos muito o que fazer. Vamos reclamar pra quem? Que proteção a polícia nos dá, por exemplo, se vemos tanta corrupção nesse meio?

    Me fez refletir bastante teu texto =)

    Gostei do teu blog ;)

    Beeeeeeeeeeeeeeijos

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  4. É, realmente hoje não se sabe mais em quem confiar! É cada um por si e seja o que Deus quiser!
    Moço, gosteii muito do texto! ^^

    Beijocass!!
    ;****

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  5. O mundo capitalista que transforma as pessoas e a faz terem sede de poder e assim oprimir a população...e é burrice mesmo confiar nessa pequena parcela da população...acho que o problema do mundo é todos se fazerem de cegos...
    adorei a crítica!

    bjus
    http://taynalu.blogspot.com/

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  6. Acho que a culpa não é da democracia, mas de algumas pessoas que fazem parte dela. O sistema em si funcionaria se não houvesse influências negativas de corrupção e irresponsabilidade. Enfim, não há hoje no mundo um sistema ideal para as sociedades modernas.

    abs

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  7. Nosso mundo capitalista individualista é que transforma as pessoas Nisso...Grande crítica meu amigo! gostei de mais ,abraço

    Te espero la:
    http://maefuiabduzido.blogspot.com/

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  8. Acho que nosso inimigos ainda são os mesmos. O nazi-facismo está vivo, o terrorismo é cada vez mais atuante, os mais ricos continuam subjugando os mais pobres, os ditadores ainda existem. Os mesmos que apoiavam a ditadura militar no Brasil, hoje são os que controlam a maior parte do capital nacional e criticam o governo Lula. Os inimigos são praticamente os mesmos. O problema é que hoje nos faltam heróis.

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Democracia e ditadura? Acho que entre as duas, prefiro a democracia. Mas não de "qualquer jeito", sabe, deixar a escolha com o povo é um pouco irresponsável porque a maioria vota naquele que vai ganhar (no caso de eleição. Tiro um exemplo da minha mãe que não votou em um candidato só porque não iria fazer a diferença, já que ele iria perder mesmo). Quanto á ditadura... Penso que naquele tempo, as pessoas eram muito influenciáveis, sabe? era quase como patriotismo (oque não quer dizer que seja o certo...).
    Quem é o inimigo? O homem é que faz seus inimigos. Basta olhar para esse conflito na faixa de Israel. E por quê? É tudo sem razão. Aliás, razão até tem , mas é a mais mesquinha que existe...então, nem vale a pena tentar entender...
    Ah, ótimo post!
    Já é a terceira vez que venho aqui...
    Mas, estava pensando no que comentaria sendo um tema tão sério...
    Acho que você faria uma ótima redação (no vestibular) com esse tema.

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  12. O blog é muito bem escrito e as críticas sao bem consistentes. Nesse texto em específico, gostei dos paradoxos traçados.
    Quando o bem e o mal se confundem fica realmente dificil nos protegermos...

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  13. Ao ler seu post (muito bom, por sinal)me vieram versos de uma música que ao meu ver resumem suas colocações: "Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada, toda forma de conduta se transforma numa luta armada, uma cruzada."[Gessinger]
    O poder corrompe, e sempre haverá quem se deixe corromper, e quem se deixe oprimir, pela ignorância, ou pelo simples fato de que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. É triste saber que nossa liberdade é sempre limitada e que acabamos sendo escravos do sistema, para satisfazer nossas necessidades diárias, para sobreviver. Nunca pensei que diria algo tão conformista, mas é que minhas esperanças no ser humano estão se esgotando. As crianças são o futuro, mas ao mesmo tempo, são reflexos de seus pais (mau sinal).
    Tem 2 selos pra vc no meu blog!
    Abraços!

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  14. tenho um selo p ti no meu blog:

    http://talesbyvini.blogspot.com/2009/01/selos.html

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  15. A democracia poderia até ser uma boa opção, mas para isso as pessoas deveriam ter mais responsabilidade com aquilo que escolhem e deixar de lado a memória seletiva que as persegue (como no caso de Fernando Collor).
    Ótimo texto!

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  17. Imagino que a democracia é indiscutível. Se for relamnte uma democracia, não consigo ver nada mais justo. Se o povo em sua maioria toma decisões burras e equivocadas, movidas pela ignorância, é porque a elite prefere que seja assim. Aliás, só existe uma elite onde há um povo com essas características.

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