sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Guns N' Roses - Chinese Democracy (2008)

O novo álbum do Guns N' Roses é um paradoxo. Sua proposta é claramente diferente de tudo que vem sendo feito no rock ultimamente. Mas fica difícil adjetivar de surpreendente um álbum insistentemente anunciado há mais de 10 anos, que tinha mais da metade de suas músicas vazadas na web. É um álbum inovador que já nasceu velho.

O GNR também já não é mais o mesmo de outrora. A banda agora conta apenas com Axl Rose, vocalista, de sua formação original. Apesar disso, mantém o nome. Ou seja, é o Guns N' Roses, mas não é bem aquele, e sim outro. Confuso?!

Esquecendo todas as polêmicas e voltando a atenção às músicas, é agradável a sensação ao ouvir Chinese Democracy. Axl Rose mostra que, nos anos de auto-exílio da mídia, não ficou parado no tempo e pesquisou por sonoridades diferentes. Ele amadureceu, o que é um alívio. Seria duro ver um Axl quarentão pulando de saia por aí.

O álbum apresenta momentos apoteóticos mesclados com a modernidade dos loops eletrônios de bateria. Não há como passar batido por faixas empolgantes como 'Shackler's Revenge' e 'Better'. Os pianos também fazem presença marcante em Chinese Democracy, forte herança dos Use Your Illusions

As guitarras deste álbum também estão muito acima da média. Os timbres vão além da velha combinação Les Paul-Marshall, e aproximam-se muito do que vem se ouvindo no new-metal. Com o diferencial dos virtuosos guitarristas que participaram das gravações e proporcionaram solos que, se não são épicos como os de Slash em November Rain, são, no mínimo, de muita competência e bom gosto. Momentos como esse podem ser observados em faixas como 'There Was a Time' e 'Street Of Dreams'.

Por outro lado, as extravagâncias de Axl acabaram por fazer o álbum pecar pelo excesso de produção. Vale ressaltar que foram gastos, em média, 14 milhões de dólares na produção deste, que já é considerado o álbum mais caro da história. Músicas com um grande potencial, como 'Madagascar' e 'Chinese Democracy' poderiam ser melhor aproveitadas com uma produção mais simples, sem tantos efeitos e dobras nos vocais.

Excessos e preciosismos à parte, Chinese Democracy traz uma proposta diferente do que anda tocando por aí, e o faz com muita competência. Se valeram ou não os 14 anos de espera, depende muito de quem está ouvindo. Há até um lado muito interessante nessa história, já que a polêmica faz parte do mundo do rock, e o Guns N' Roses - chefiado sempre por Axl Rose - provou que é mestre nisso. Mas alguém por favor avise ao Axl que já deu. Afinal, ninguém quer esperar mais 14 anos para vê-los tocando ao vivo.

4 comentários:

  1. Parabéns pela crítica do Chinese Democracy!
    mtu bem escrita xD
    daqui a pouco teremos Danilo como jornalista da Guitar Player!
    abraço!

    ResponderExcluir
  2. Muito bom Danilão,
    A Crítica do Album esta excelente e verídica.
    E Até que fim saiu o blog hein, depois de tempos e tempos pensando no nome!! saiu um ótimo nome para ele.

    Eatarei passando sempre por aqui vendo as novidades

    ResponderExcluir
  3. afim de parceria? tbm criei o meu blog a pouco tempo.

    saidadeemergencia-jsc.blogspot.com

    ResponderExcluir