terça-feira, 4 de agosto de 2009

A arte do mal gosto

Essa semana acompanhei na MTV um debate sobre a restrição dos bailes funk no Rio de Janeiro. Os tais bailes - especificamente os intitulados "proibidões" - foram acusados de serem responsáveis pela disseminação da violência e banalização do crime nas comunidades carentes da cidade. Por sua vez, os defensores do estilo rechaçaram tal ponto de vista, dizendo se tratar de uma afronta à liberdade artística.

Primeiro ponto ao qual quero chamar atenção: Liberdade artística é um direito concedido a quem faz arte. Por mais que se associe música diretamente a arte, quero chamar a atenção para que nem todas as músicas possuem essa conotação. Dizer que uma música que possui como ÚNICO INTUITO defender uma ideologia alheia aos valores da sociedade é arte, significa abrir uma larga brecha para o crime continuar a fazer novos aliados. Afinal, qual meio de comunicação pode ser mais forte que a música que toca no baile do fim de semana em uma comunidade carente?

Não quero parecer mais um moralista aqui, não mesmo. Não me refiro desta forma só ao "funk proibidão", mas o caráter de tais obras me soa como subversivos à arte, que deve ser livre. Músicas religiosas e hinos nacionalistas não são livres. A música, nesses casos, parece apenas um pretexto para chegar a um ponto e defender uma ideia (ou equívoco).

Quero com esse texto provocar uma reflexão: até que ponto um material produzido é arte? Não é difícil chegar a conclusão de que, por vezes, a arte é nociva. Recentemente, em uma exposição de arte, um "artista" amarrou um cão e o deixou falecer à mingua em uma exposição de arte. Aliás, feito que ele realizou por mais de uma vez. Tudo isso fica impune em nome da liberdade artística? O território artístico é muito livre e aberto, inclusive aos mal intencionados. Fica claro, ao meu ver, que a arte necessita de certa regulação. Deixo aqui uma questão a ser desenvolvida no futuro: há meios de construir uma regulamentação sem censura no campo intelectual?

Enfim, seja funk carioca, rock inglês ou exposições de arte moderna. Não importa. O que vale são as boas idéias e o bom senso.

2 comentários:

  1. Até que ponto podemos classificar manifestações musicais,expressões de sentimentos em Arte?,dificil dizer.
    Para mim existem centenas de cantores,compositores,atores,pintores,escritores,etc,Porem pouquissimos ARTISTAS.!
    Gostei do Blog.
    passarei sempre aqui.
    Paz e Luz

    ResponderExcluir
  2. Acho que sobrariam poucos artistas e quase nenhuma rádio, porque é tudo mercado. Mas quem pode definir o que é arte?
    A questão do funk é complicada. Eles cantam a realidade deles. Acho que a violência já é disseminada pela polícia e pelo descaso total da sociedade que quer mante-los longe e, desculpe a esxpressão, "que se fodam". Por isso eles cantam a violência, mas como poderiam cantar outra coisa?

    www.costabbade.blogspot.com

    ResponderExcluir